Panorama Semanal 16/11/2015 até 20/11/2015*

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A semana começou sob forte impacto dos atentados terroristas em Paris ocorridos na sexta-feira passada. Não há ainda como avaliar todas as consequências geopolíticas e econômicas do massacre, mas alguns efeitos já foram sentidos e muitos virão. Outra tragédia, esta local, a ruptura da barragem em Mariana, também já mexeu com as expectativas e ainda vai gerar repercussões importantes.

Numa primeira análise, sobretudo após a reação francesa, os atentados, segundo os especialistas, devem afetar a cotação petróleo, o turismo e a confiança de consumidores e investidores, em meio a um cenário já complicado na economia global. O Japão, por exemplo, divulgou que sua economia registrou contração de 0,8%, e o país enfrenta agora mais uma recessão. Por outro lado, uma notícia que animou os mercados diz respeito, novamente, a uma possível concessão de estímulos pelo Banco Central Europeu (BCE).

No Brasil, a inflação persiste. Pela primeira vez desde 2003, o boletim Focus, do BC, indicou que o IPCA vai superar os 10% este ano. O IPCA-15 de novembro, divulgado pelo IBGE, já chega a 10,28% no acumulado de 12 meses.

Já a atividade demonstra sinais de fraqueza. No setor de serviços, houve recuo de 4,8% em setembro, o pior resultado em três anos. E a arrecadação do mês passado reflete a desaceleração como um todo: foi o pior resultado para um mês de outubro em 6 anos, com queda de 11,3%. No acumulado deste ano, o recuo já chega a 4,5%. O desemprego, por sua vez, subiu para 7,9% em outubro.

A turbulência política, entretanto, parece incomodar menos. Na reunião do G-20, na Turquia, a presidente Dilma Rousseff afirmou que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, “fica onde está”. Além disso, defendeu a volta da CPMF. Na ponta das despesas, foram mantidos os vetos ao reajuste do Judiciário e à extensão do reajuste do salário mínimo, impedindo novos gastos. Estes movimentos, entre outros, foram interpretados como sinais de maior comprometimento com a implementação do ajuste fiscal e tiveram reflexos positivos no mercado.

No âmbito da Lava Jato, o relator do processo contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, protocolou o relatório preliminar. Cunha, por sua vez, arquivou no início da semana quatro pedidos de impeachment contra a presidente Dilma. Restam ainda dez pedidos nas mãos do deputado.

A cotação do dólar continua a apresentar alta volatilidade, minimizada, no entanto, pelas intervenções do BC com seus leilões. A moeda americana sofreu influência tanto dos atentados em Paris como dos dados da economia americana que reforçam as chances de uma elevação da taxa de juros em dezembro. A inflação do consumidor nos EUA subiu 0,2% em outubro, indicando aquecimento da atividade. E a ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) manteve dezembro firme nas apostas, mas indica que a retomada dos juros será gradual. Com tudo isso, a tendência nesta quinta-feira, repercutindo as vitórias do governo no Congresso (vetos), era de queda: o dólar chegou a cair para R$ 3,74.

A Bovespa foi muito influenciada por Petrobras, Vale e siderúrgicas, e ficou mais no terreno positivo ao longo dos pregões. A Petrobras subiu no início da semana com rumores de mais de uma dezena de investidores interessados na compra da BR Distribuidora. Já os papéis da Vale caíram não só com a desvalorização do minério de ferro no mercado global, devido à China, como também por causa do rompimento da barragem da Samarco (empresa formada pela parceria entre a Vale e a BHP Billiton). Já as ações das siderúrgicas subiram com a possível elevação do imposto de importação do aço no país.

Obrigada, bom feriado e até o próximo Panorama Semanal da Órama.

Dados atualizados até 11h30 de 19/11.

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