Os Efeitos da Crise Política na Economia

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Desde 2015, o Brasil enfrenta uma de suas piores crises econômicas, acarretada por diversos escândalos em estatais e no governo. Recentemente, as denúncias de corrupção geradas pelas delações premiadas vêm gerando estresses no mercado. Assim, qualquer notícia ou especulação ocasiona fortes quedas ou fortes altas.

A recente situação do país é marcada por grandes escândalos. No mais recente evento em meio à crise, ocorrido nesta quarta-feira, o ex-presidente Lula se tornou ministro – visando obter foro privilegiado no STF (Supremo Tribunal Federal) após ter a prisão pedida pelo Ministério Público de São Paulo. À medida que a economia brasileira sofre com todo esse estresse, vem apresentando piores resultados macroeconômicos.

Recentemente, o grupo Eurasia divulgou uma nota na qual dizia que a presidente Dilma Rousseff tinha 60% de chances de não terminar seu mandato, mostrando que o mercado internacional já aceita sua saída como algo real. Este tipo de levantamento tende a ser “bem visto” pelo mercado como um todo, de modo que uma mudança brusca no cenário político do país seria bem aceita, o que poderia impulsionar a economia novamente.

Além disso, circulam rumores que o atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, pode deixar seu cargo, visto que o governo tende a ir atrás de um novo perfil administrativo. Seu substituto, nesse caso, poderia optar por baixar as taxas de juros, em nome de “uma nova política econômica”, já criticada quando posta em prática nesta mesma administração.

Em entrevista à agência Reuters, Roberto Setúbal (CEO do Itaú Unibanco) disse que “no Brasil tudo é possível, mas nada é provável”, destacando que  os investidores não estão satisfeitos com a ineficiência do Brasil e seu direcionamento na tentativa de restaurar a economia. Isso força as empresas a se manter na defensiva, visto que o cenário vem sendo comparado por alguns economistas à década de 1980, quando o país enfrentou sua pior crise político-econômica. Além de Setúbal, outros CEOs brasileiros e estrangeiros tendem a não confiar no país como antes, porque o risco gerado pelo estresse econômico se reflete em todos os setores.

A falta de comprometimento, ética e honestidade de muitos políticos brasileiros e de grandes empresários e executivos acarretou umas das maiores crise já vistas no país, esta que atualmente não possui previsão de término. E o pior deve ainda estar por vir. Apenas uma mudança total na administração brasileira pode mudar o ponto de vista dos investidores sobre o país.

 

Arthur Lemos: Estudante de Economia do IBMEC. Chefe da área de Análise Macroeconômica do Cemec, empresa júnior vinculada ao IBMEC, que tem como proposta principal realizar estudos e pesquisas sobre o mercado financeiro.

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