Panorama Semanal – 28 de março a 1º de abril*

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A semana que termina neste 1º de abril não foi brincadeira. Parece até mentira, mas o PMDB decidiu sair mesmo do governo. A saída do partido da base governista gera, oficialmente, um novo xadrez político, à medida que avança o trâmite do processo de impeachment. Assim, a exemplo do que vem ocorrendo nos últimos meses, as notícias políticas foram as principais influências do mercado nos últimos dias.

Além da “novela” do PMDB, os investidores ficaram de olho nas reuniões da Comissão do Impeachment, que ouviu, até quinta-feira, os autores da denúncia de crime de responsabilidade fiscal contra a presidente Dilma Rousseff, bem como os representantes indicados pelo governo para defendê-la.

Quanto às questões envolvendo o nome do ex-presidente Lula no âmbito da Lava Jato, a maioria decidiu, no Supremo, que as investigações ficam a cargo da corte, e não mais nas mãos do juiz Sérgio Moro.

No início da semana, o ex-presidente Lula falou com correspondentes estrangeiros que Moro foi picado pela “mosca azul”. O juiz, por sua vez, disse ao Supremo Tribunal Federal que pode ter errado e se desculpou por divulgar o grampo de Lula com Dilma, o que teria causado “polêmicas e constrangimentos desnecessários”.

E a planilha da Odebrecht – que também gerou enorme polêmica na semana passada, com o nome de cerca de 200 políticos e valores – foi encaminhada por Moro ao STF esta semana.

Em outra frente, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aprovou na Mesa Diretora um projeto que pode alterar a composição do Conselho de Ética, o que foi interpretado por muitos como uma manobra para escapar das acusações.

No front econômico, o relatório de inflação do Banco Central mostrou que o órgão piorou a previsão de inflação para 6,6% este ano, admitindo um estouro da meta. No mesmo documento, o BC indica que não há espaço para reduzir os juros.

As contas do setor público continuam preocupantes. Fevereiro fechou com déficit de R$ 23 bilhões, sobretudo devido ao resultado ruim do governo central. É o pior déficit para meses de fevereiro desde 2001. Também em fevereiro, a dívida pública federal registrou alta de 2,5%, para R$ 2,8 trilhões.

No cenário externo, o principal fato da semana foi a declaração da presidente do banco central americano, Janet Yellen, que indicou um aumento gradual das taxas de juros dos Estados Unidos.

Oscilando em torno do noticiário e dos indicadores, o dólar encerrou a quinta-feira em queda de 0,69%, cotado abaixo de R$ 3,60, no menor patamar desde agosto. No mês de março, a moeda americana recuou mais de 10%, não só pela maior expectativa de uma mudança de governo no Brasil como também pela menor aversão global ao risco.

O Ibovespa fechou em queda de 2,33% na quinta-feira. Em março, no entanto, também por causa do cenário político, a alta acumulada foi de quase 17%.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.

*Dados atualizados até 01/04/2016 às 11h40

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