Panorama Semanal

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A semana foi marcada pelo início da discussão de medidas e adoção de estratégias, do governo interino, de reorganizar a economia, com o foco no ajuste fiscal. Na próxima semana, Michel Temer deve anunciar a nova meta fiscal do país.

As medidas, em geral, têm sido bem recebidas pelo mercado, mas algumas delas têm causado polêmica com a população, como a extinção do Ministério da Cultura, que culminou com uma série de protestos. A volta da CPMF e as questões diplomáticas com países sul-americanos que não reconhecem o impeachment como legítimo são outros pontos que vêm gerando discórdia.

Em entrevista coletiva, o novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que é preciso ter pressa para colocar o país de volta na rota do crescimento.  Para ele, um dos mais graves problemas na economia hoje é o aumento da dívida pública. Na área econômica foram confirmados os nomes de Ilan Goldfajn no Banco Central, Mansueto Almeida na Secretaria de Acompanhamento Econômico e Carlos Hamilton na Secretaria de Política Econômica.

Uma das notícias mais aguardadas era sobre quem seria o novo presidente da Petrobras. O escolhido foi Pedro Parente, ex-chefe na Casa Civil no governo FHC. Maria Silvia Bastos ficou à frente do BNDES. E Gustavo do Vale, do Banco do Brasil.

Entre as medidas sugeridas para impulsionar a economia estaria a revisão de desonerações e subsídios concedidos durante o governo do PT a indústrias dos setores automobilístico e de eletrodomésticos e eletrônicos. Meirelles ressaltou ainda que focará na reforma da Previdência e no limite de gastos públicos.

O desenrolar de denúncias contra políticos também foi destaque esta semana. O ex-presidente Lula teve a quebra de seus sigilos bancário e telefônico. Para a Procuradoria Geral da União (PGU), há indícios de que Lula tenha pago propina à família do ex-diretor Internacional da Petrobras Nestor Ceveró.

Já José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil durante o governo Lula, foi condenado pelo juiz Sergio Moro, por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com uma sentença de mais de 23 anos de prisão.

Na quinta-feira, foi a vez de o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, depor no Conselho de Ética. Cunha afirmou que não mentiu sobre ter contas no exterior, durante a CPI da Petrobras, porque, segundo ele, esse dinheiro não era dele.

No cenário macroeconômico,  os dados seguem deteriorados. A arrecadação federal voltou a cair e ficou em R$ 110 bilhões em abril, uma queda real de 7% em relação ao ano passado e o pior resultado em seis anos, o que revela o tamanho da recessão.

O desemprego, por sua vez, aumentou em todas as grandes regiões do país, e a taxa ficou em 10,9%, segundo dados da Pnad Contínua divulgados pelo IBGE.

Já a produção industrial caiu em abril, na comparação com o mês anterior, de acordo com a CNI.

Nos Estados Unidos, as expectativas giram em torno do aumento da taxa de juros, o que contribuiu para a queda da bolsa no Brasil. Assim, com a divulgação da ata do Fed (Federal Reserve, o BC americano), o Ibovespa fechou em baixa de 0,83%, aos 50.142 pontos, na quinta-feira. Já o dólar registrou leve alta de 0,17%, cotado a R$ 3,576, em uma sessão sem intervenção do Banco Central.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.

Dados atualizados até o dia 19 de maio, às 21h.

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