Panorama Semanal – 13 a 17 de junho

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As acusações decorrentes da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, envolvendo o presidente interino Michel Temer e mais 22 nomes de políticos, e a demissão do ministro do Turismo, Henrique Alves, deram o tom belicoso desta semana, que teve ainda o andamento do processo de cassação de Eduardo Cunha.

Na quinta-feira, Temer afirmou que é “leviana, mentirosa e criminosa” a acusação de Machado, de que ele teria pedido R$ 1,5 milhão de forma ilegal para a campanha de Gabriel Chalita à Prefeitura de São Paulo. É a primeira vez que o nome de Temer aparece no âmbito da Lava-Jato.

Já a demissão de Henrique Alves, de acordo com a imprensa, pode não ter relação direta com a delação de Machado, mas sim com outras delações em que seu nome aparece.

Na Câmara, o Conselho de Ética aprovou parecer favorável à cassação de Cunha, por, supostamente, ter mentido na CPI da Petrobras, negando ter recursos no exterior. Em outra frente, a Justiça Federal de Curitiba quebrou o sigilo fiscal de Cunha.

Já o ministro do STF Teori Zavascki negou pedido feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para prender Renan Calheiros, José Sarney e Romero Jucá. Segundo Janot, com base em gravações, os peemedebistas teriam tentado impedir a continuidade da Lava-Jato.

Também esta semana, Teori Zavaski enviou o inquérito que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no caso do triplex em Guarujá e do sítio em Atibaia, para o juiz Sérgio Moro. O ministro anulou a escuta vazada entre Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff.

Em meio à turbulência política, na tentativa de cumprir o ajuste fiscal, o governo apresentou ontem uma inédita Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que cria um teto para os gastos federais pelo período inicial de nove anos. O limite vale para Executivo, Legislativo e Judiciário. O projeto, que ainda precisa ser aprovado, prevê que o crescimento das despesas não pode superar variação da inflação do ano anterior. O plano tem prazo de 20 anos, com revisão possível a partir do décimo.

No cenário externo, pesaram pesquisas de opinião sobre a permanência ou a saída do Reino Unido da União Europeia. As bolsas reagiram ao sabor das pesquisas: negativamente quando os números apontavam mais probabilidade de saída do bloco, e positivamente, no outro sentido. A decisão ocorre em referendo marcado para o próximo dia 23.

Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve inalterada a taxa de juros dos Estados Unidos. A presidente do Fed, Janet Yellen, reforçou a cautela, destacando que indicadores econômicos mistos justificam a política atual.

Assim, com as influências políticas internas e a conjuntura internacional, na quinta-feira a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanhou o movimento no exterior (positivo por causa do Reino Unido) e encerrou em alta de 1,02%. No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou quase estável (0,08%), cotado a R$ 3,471.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.

*Dados atualizados até 17 de junho às 09:43.

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