Como investir contra o “meme do feijão”

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Um só grão de feijão em cima de um pratão cheio de arroz, feijão de presente no Dia dos Namorados, financiamento para comprar feijão na Caixa…Tudo isso e muito mais foi o feijão virando meme nas redes por causa da inflação. O mulatinho, por exemplo, subiu quase 50% em 12 meses. Haja bom humor.

Na prática, a inflação – do feijão e de todos os bens e serviços que consumimos – rouba dinheiro da gente. Por isso, economistas costumam dizer que a alta generalizada dos preços na economia age como um imposto, o chamado imposto inflacionário.

No consumo, qualquer um sabe disso, a inflação faz com que a gente compare preços, abra mão de marcas mais caras, deixe o supérfluo para outro dia… Mas e nos investimentos, a inflação gera algum impacto? Sim, gera, e precisamos estar atentos a isso. Que aplicações nos protegem de uma inflação pressionada, como a que existe hoje no Brasil, ao redor de 10% por ano?

É fundamental escolher uma aplicação que ofereça um retorno maior ou, na pior das hipóteses, igual à variação da inflação. Caso contrário, estamos perdendo poder de compra, ou seja, perdendo dinheiro. Ninguém deixa o salário embaixo do colchão.

Infelizmente, hoje, o maior exemplo de uma aplicação que não consegue acompanhar a inflação é a caderneta de poupança, uma das mais populares no país.

Uma boa dica para se proteger ganhando é aplicar o dinheiro em títulos indexados à inflação. Títulos indexados à inflação são títulos (CDB, LCI, LCA, LC) que garantem que o investidor vai receber exatamente a variação do índice de preços (ou seja, não se perde nunca para a inflação) e ainda oferecem juros reais. A parte de acompanha a inflação é pós-fixada, ou seja, varia com a evolução do índice, normalmente IPCA ou IGPM. Já a parcela referente aos juros é prefixada, o que significa saber, no momento da aplicação, o quanto se ganhará acima da inflação.

Assim, quando alguma instituição oferecer, digamos, um CDB IPCA+7%, quer dizer que o título é um CDB a ser remunerado pela variação do IPCA mais juros de 7% no período.

“No ambiente de incertezas que domina o curto prazo, alocar parte da carteira em investimentos que protejam da inflação, como aqueles atrelados ao IPCA ou IGPM, é estratégia bastante adequada”, explica Alexandre Espirito Santo, economista da Órama, plataforma que acaba de lançar uma campanha de títulos atrelados à inflação.

Uma pequena comparação mostra a importância de se proteger contra os efeitos da inflação nos investimentos:

Quem investiu R$ 10 mil na poupança nos últimos 24 meses e resgatou o dinheiro no dia 20 de junho, recebeu R$ 11.559,13, o equivalente a 15,59% de rendimento líquido. O único problema é que, no mesmo período, a inflação medida pelo IPCA foi de 18%. Então, o mínimo aceitável a receber (para empatar com a inflação) seria R$ 11.800.

Nos mesmos dois anos, um outro investidor que aplicou R$ 10 mil em um título IPCA + 7% recebeu R$ 13.484,68, o equivalente a 34,84%, uma rentabilidade bem acima dos 18% do IPCA.

A comparação mostra que não se pode brincar com a inflação. A não ser, é claro, com os memes das redes…

Para saber mais sobre títulos indexados à inflação, clique aqui.

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