A vitória de Donald Trump

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APERTEM OS CINTOS… VAI CHACOALHAR

Wall Street temia uma vitória do republicano Donald Trump, mas os investidores não chegaram a embutir a hipótese nos preços dos ativos. Agora é real. A vitória de Trump poderá provocar um tremendo estresse; uma forte pressão nas cotações, especialmente porque as bolsas americanas estão próximas de seus “highs”.  Hoje e os próximos dias serão tensos nos mercados.

O resultado das urnas terá implicações sérias sobre a economia, pois Trump é um ferrenho crítico da política monetária conduzida pela presidente do Fed (o banco central americano), Janet Yellen. Alguns analistas acreditam que, no limite, ela pode vir a renunciar, o que impacta não só a política monetária dos Estados Unidos, mas o fluxo global de capitais, com reflexos nos países emergentes, como o Brasil.

O magnata republicano ficou famoso por seu programa televisivo, “o Aprendiz”, não sendo, portanto, aquilo que se chama de “político convencional”. Era um outsider, sem grande chance de vitória, inclusive, dentro do próprio partido. Mas levou.

Trump provocou polêmica entre feministas e grupos mais liberais. Manifestou uma posição preconceituosa em relação aos hispânicos. Defendeu a tese de que se faz necessário um muro na fronteira com o México e disse que é preciso vetar a entrada de muçulmanos nos EUA. Quer impor barreiras ao comércio com a China, um importante parceiro comercial e que detém grande parte dos títulos públicos emitidos pelo Tesouro americano. Além disso, mostrou simpatia pelo rival russo, Vladimir Putin, desagradando os aliados americanos da OTAN.

A reação inicial dos mercados asiáticos foi uma queda forte do índice Nikkei, que mergulhou mais de 5%, bem como Taiwan, que apresentou queda de 3% e Coreia, que recuou 2,2%. O ouro abriu os negócios em alta de 2,5%. As bolsas europeias, ainda atônitas, apresentam quedas de mais de 2%, em maioria. E os futuros da bolsa americana já indicam queda de mais de 2%.

Por aqui, é bom ter cuidado. A bolsa brasileira subiu muito nos últimos meses e não passará incólume de um provável estresse global. A taxa de câmbio pode reagir com o pessimismo geral e desvalorizar mais fortemente, o que prejudica a inflação e a política de juros do nosso banco central. Fincar os pés nos investimentos de renda fixa será, sem dúvidas, a melhor alternativa, dado que a volatilidade imperará nos próximos dias.

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