Panorama Semanal de 28 de novembro a 2 de dezembro

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A cada semana, uma nova crise política. Desta vez não foi diferente. Em meio ao acidente com o time da Chapecoense, que sensibilizou os brasileiros, o país vivenciou votações super polêmicas no Congresso, como a do projeto anticorrupção, protestos violentos e decisões importantes no Supremo, como a que envolveu a denúncia contra Renan Calheiros.

Se não bastasse a turbulência política, o PIB do país, em queda há sete trimestres, registrou recuo de 0,8% no terceiro trimestre deste ano, em comparação com o segundo. Em 12 meses, a economia do país encolheu 4,4%.

Durante uma votação na madrugada de terça-feira, o plenário da Câmara alterou significativamente o relatório de medidas de combate à corrupção, retirando do texto pontos como a criminalização do enriquecimento ilícito e a criação da figura do “reportante do bem”, entre outros, e incluindo a tipificação do crime de abuso de autoridade para magistrados e integrantes do Ministério Público. A anistia ao “caixa 2” foi vetada.

A inclusão do crime de abuso de autoridade para juízes e promotores no pacote anticorrupção detonou uma crise entre Judiciário e Legislativo e gerou também protestos populares, com panelaços em diversas capitais. A presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, disse que a medida contraria a independência do Judiciário.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, tentou votar na Casa, em caráter de urgência, o projeto de lei em questão, mas não conseguiu. Na quinta-feira, dia seguinte à sua derrota no Senado, a maioria dos ministros do STF votou pelo recebimento da denúncia contra Renan, por peculato. O inquérito apura se a Mendes Junior pagou pensão alimentícia à jornalista Mônica Veloso, com quem Renan tem uma filha. O senador, que agora é réu, disse não haver provas contra ele.

Já a PEC do teto dos gastos foi aprovada no Senado em primeiro turno. A próxima análise, em segundo turno, está prevista para o dia 13 deste mês. Manifestantes contra a PEC depredaram o patrimônio público em Brasília.

No âmbito da Lava-Jato, os empresários Emílio e Marcelo Odebrecht assinaram acordo de delação premiada e o acordo de leniência, em que a empresa deverá pagar cerca de US$ 2,5 bilhões em indenizações.

Já o caso envolvendo os ex-ministros Marcelo Calero e Geddel Vieira Lima, com interferência do presidente Michel Temer, continua a render denúncias, com a divulgação de gravações, que chegaram esta semana ao STF.

Na economia, além do PIB ruim, destaque para o corte na taxa básica de juros, a Selic. Na quarta-feira, o Copom reduziu a taxa de 14% ao ano para 13,75%.

Inflação, desemprego e contas públicas também estiveram no radar da semana. O IGP-M registrou deflação de 0,03% em novembro, após alta de 0,16% em outubro. Em 12 meses, o indicador acumula 7,12%.

De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego no país aumentou para 11,8% no terceiro trimestre. São 12 milhões de desempregados.

E o setor público fechou outubro com um superávit primário de R$ 39,5 bilhões, no melhor resultado da série. A soma se deve, principalmente, aos R$ 45 bilhões que entraram no país com o programa de repatriação.

No exterior, o foco do noticiário foi a morte de Fidel Castro, no fim da semana passada; o acordo na Opep para limitar a produção de petróleo, com o corte de 1,2 milhão de barris por dia; e a divulgação de dados revisados do PIB americano. Essa revisão mostrou um crescimento da economia dos EUA de 3,2% no terceiro trimestre, o maior ritmo em dois anos. Os números reforçam a expectativa de que o Fed (banco central americano) inicie o aumento dos juros do país na próxima reunião, em 14 de dezembro.

Fortemente influenciados pelo estresse político, os mercados de câmbio e de ações brasileiros reagiram mal no pregão desta quinta-feira. O dólar encerrou em alta de 2,42%, cotado a R$ 3,469, e o Ibovespa recuou 3,88%, num dia de quedas generalizadas nos papéis das empresas.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

*Dados atualizados até 02/12 às 09:28

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