Hedges: Como utilizar em seus investimentos

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As estratégias de hedge aplicadas aos investimentos podem ser complexas e sofisticadas, mas o princípio por trás delas é bastante simples: limitar as perdas em situações adversas.

Os hedges são comparados aos seguros que contratamos para evitar grandes prejuízos, como a perda de um carro. De forma semelhante, é possível pagar  um prêmio para, proteger os investimentos de desvalorizações inesperadas.

O conceito de hedge nos investimentos deriva das relações existentes entre os ativos. Por exemplo, quando a taxa de juros de um país está em alta, a tendência da moeda é de valorização. Já o mercado acionário costuma se mover na direção oposta.

A combinação de ativos descorrelacionados, ou seja, que não seguem a mesma trajetória, minimiza as eventuais variações negativas de certas aplicações financeiras. Por isso, é comum encontrar nas carteiras dos fundos que operam renda variável, posições compradas em dólar via contratos futuros ou opções, para amortecer as quedas em momentos de incertezas.  

Os instrumentos de derivativos, como contratos futuros e opções, são comumente utilizados para fazer hedge. Os fundos, principalmente os da categoria multimercado, empregam as estratégias de hedge para proteger o capital dos investidores. Porém, não há garantias que os retornos serão sempre são positivos. Isso acontece por que os hedges não são perfeitos. Mesmo os ativos com correlação negativa ou nula, podem caminhar juntos em certos cenários. Além do mais, há custos envolvidos que afetam a rentabilidade.

Os hedges servem para limitar as perdas, no entanto, também podem restringir os ganhos. Assim sendo, utilizar hedge ou não é uma decisão difícil quando se trata das suas aplicações individuais. Uma boa saída é investir em fundos, pois a diversificação e os hedges já estão prontos para você.

Outras possibilidades de hedges acessíveis para os seu capital são:

  • Fundos cambiais: para proteger contra a desvalorização do real, aplicar em fundos cambiais, um percentual reduzido, até 5%, é indicado para quem tem compromissos em moedas estrangeiras ou viagem nos planos. No atual momento do Brasil, com o novo governo tomando posse e reformas estruturais a serem aprovadas, o hedge em dólar pode cobrir parte das perdas em eventuais ocorrência de estresse nos bastidores do Congresso e com indicadores econômicos abaixo do esperado. Com as incertezas no exterior, o dólar também tende a ser um porto confortável.
  • Ativos atrelados à inflação: para manter o poder de compra do seu capital, há várias opções disponíveis, como fundos de inflação, fundos de debêntures incentivadas, fundos imobiliários e títulos públicos ou privados atrelados ao IPCA. Não há indícios de pressão inflacionária no horizonte, mas esta proteção é muito recomendada para aqueles que estão mais próximos da aposentadoria, já aposentados e com objetivos de prazos bem longos.
  • Fundo de Ouro: por ser reserva de valor, a procura por ouro aumenta quando há crises globais ou conflitos geopolíticos no radar. Este hedge, também não deve ultrapassar 5% do total das aplicações financeiras, pois crises dessa magnitude não ocorrem com frequência. Além do mais, a grande desvantagem do ouro é que ele não gera rendimentos. O aumento da volatilidade com a maior preocupação sobre o futuro da economia global, pode ser mitigado com uma aplicação em ouro.
  • Fundos globais: Para o investidor com perfil arrojado, a diversificação internacional também é de certa forma uma estratégia de hedge.

Para finalizar, é bom ficar claro que risco é característica intrínseca dos investimentos. É importante entender como funcionam os hedges e compreender as variações das aplicações para evoluir como investidor. Lembre-se que para ter proteção, você pagará um pedágio e ainda não terá garantia de cobertura total. Para conseguir bons resultados é preciso diversificar e escolher os produtos mais adequados ao seu perfil e objetivos.

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