Guerra comercial entre EUA e China e demais destaques da semana

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Panorama Semanal de 6 a 10 de maio*

A guerra comercial entre Estados Unidos e China, com a entrada em vigor de taxas mais altas, deu o tom da semana no noticiário econômico. No Brasil, o destaque foram alguns episódios nas esferas do Judiciário e do Legislativo, como o adiamento, no plenário da Câmara, da votação da MP que muda a estrutura do governo. As reações ao corte de 30% nas verbas do MEC também repercutiram, bem como controverso decreto presidencial liberando porte de arma para milhões de brasileiros.

No início da semana, os Estados Unidos confirmaram que adotariam, nesta sexta-feira, a alta das tarifas que incidem sobre as importações chinesas. O percentual, que sobe de 10% para 25%, atinge US$ 200 bilhões em produtos chineses. Na quinta-feira, o presidente americano, Donald Trump, acalmou um pouco os ânimos ao afirmar que teria uma alternativa “excelente” para fechar um acordo com a China. Na sexta-feira, porém, a medida foi posta em prática, o que representa um balde de água fria nas negociações, que prosseguem ao longo desta sexta-feira. As duas maiores economias do mundo tentam chegar a um acordo desde o ano passado.

Internamente, repercutiu a votação da Medida Provisória 870 que, estruturou administrativamente o governo de Jair Bolsonaro no início do ano. Na quinta-feira pela manhã, comissão especial mista de deputados e senadores aprovou a MP com alterações, entre as quais a polêmica transferência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Economia. Atualmente, o Coaf é subordinado ao Ministério da Justiça, de Sergio Moro. No plenário da Câmara, porém, a votação da MP foi adiada.

Também no texto da MP que foi aprovado na comissão mista está a regra – igualmente polêmica – que proíbe a investigação de casos de corrupção por auditores fiscais.

Outro fato noticiado com destaque foi a confusão envolvendo o ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência na Câmara dos Deputados, para falar de Reforma da Previdência. Houve bate-boca entre parlamentares e Guedes.

No Judiciário, o TRF2 revogou habeas corpus do ex-presidente Michel Temer, que retornou à prisão, devido à acusação de corrupção nas obras de Angra 3.

E, por decisão do STF, deputados do Rio podem sair da prisão.

A Educação segue sendo alvo de fortes polêmicas nas esferas públicas e redes sociais. O corte de 30% nas verbas do MEC gerou manifestações. O presidente da República, Jair Bolsonaro, disse que não é “por maldade”, mas para pagar dívidas de governos anteriores. Na esteira, a Capes suspendeu a concessão de bolsas de pós-graduação.

Nos órgãos federais, seguem as demissões e substituições. No IBGE, foi a saída do diretor de Pesquisa. Na Abin, a substituição da chefia. Na Apex, ex-diretora foi barrada na entrada. No BC, troca em uma diretoria.

Na área econômica, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, manteve a Selic em 6,5% ao ano. É a 9ª vez consecutiva que o BC mantém a taxa básica de juros.

A inflação acelerou em abril. O IPCA ficou em 0,57%. Em 12 meses, o indicador acumula 4,94%, o mais alto percentual desde o início de 2017.

Entre os demais destaques na Economia está a notícia de que as regras para o saque do FGTS serão alteradas e o aumento da rentabilidade do Fundo. É aguardado ainda o anúncio de redução do preço da energia, sobretudo o gás.

No exterior, além da guerra comercial entre EUA e China, chamou a atenção a prisão do vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela pelo governo de Nicolas Maduro.

Conflitos envolvendo israelenses e palestinos, bem como o disparo de mísseis, pela Coreia do Norte, trouxeram tensão à semana.

No pregão desta quinta-feira, fortemente influenciado pelo cenário externo da guerra comercial, o dólar fechou em alta de 0,48%, a R$ 3,954. O Ibovespa recuou 0,83%, para 94.807 pontos.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

*Dados atualizados até o dia 10/5, às 10h.

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