O que é CDI?

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Quando essas três letrinhas vem à tona, uma interrogação se forma na cabeça de muitas pessoas. Afinal, o que é CDI? Um tipo de investimento? Uma taxa? Um índice?

Sabendo dessa questão, elaboramos um texto para acabar com essas dúvidas uma vez por todas. Depois dessa leitura, você vai perceber que o CDI não é um bicho de sete cabeças e que está aqui unicamente para nos ajudar! 

Para facilitar o entendimento do que é o CDI, dividimos o texto em alguns tópicos:

  • O que é e como funciona o CDI
  • CDI x Selic 
  • Posso investir em CDI?
  • Quais investimentos são indexados à Taxa CDI? 
  • Como calcular o rendimento de investimentos atrelados ao CDI?
  • Tabela CDI 
  • Vantagens do CDI 
  • Conclusão

Vem com a gente! 

O que é e como funciona o CDI 

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O CDI, como é conhecido o Certificado de Depósito Interbancário, são títulos emitidos por instituições financeiras, negociados apenas entre os bancos. 

Eles são contratos de empréstimos de curto prazo, geralmente de um dia, e o processo funciona assim: o banco que tem sobra da caixa, empresta para o que não tem a uma taxa combinada entre as partes.

As transações no mercado interbancário são registradas na Central de Custódia e Liquidação de Títulos Privados (Cetip), que armazena as taxas de todos os CDI negociados no dia e calcula uma taxa média, conhecida como taxa CDI

Em geral, as taxas CDI e Selic – referência de títulos públicos – são  muito próximas, mas podem ocorrer pequenas distorções quando há baixa liquidez no mercado ou muitas incertezas.

Com isso, podemos dizer que o CDI é uma taxa originada por negócios realizados  entre os bancos, que serve como uma referência de juros e é utilizada para avaliar o rendimento dos investimentos e expressa as expectativas das instituições financeiras em relação ao mercado. 

CDI x Selic 

Para que não haja confusão entre o CDI e a taxa Selic, é importante ressaltar a diferença entre as duas, apesar da alta correlação.

A Meta Selic é taxa básica de juros do Brasil e é definida a cada 45 dias pelo COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central). As outras taxas praticadas na economia são baseadas nela, como é o caso do CDI e, por isso, a cotação de uma é muito próxima da outra. Contudo, apesar de apresentarem variações similares, esses índices possuem características diferentes.

Ao passo que a taxa Selic é determinada pela troca de capital realizada através da negociação de títulos públicos entre as instituições financeiras e o Banco Central, o CDI é determinado pela troca de recursos feita entre os bancos. Entendeu?

Posso investir em CDI?

Não, pessoas físicas não podem investir diretamente no CDI. E por que? 

Porque ele não é um tipo de investimento. Diferentemente dos títulos emitidos por bancos ou empresas com a finalidade de captar recursos para viabilizar suas atividades e projetos  a partir da negociação entre a instituição e o investidor, no CDI essa negociação é realizada apenas entre instituições financeiras.

Porém, há diversas modalidades de aplicações financeiras com os retornos atreladas ou indexadas ao CDI.   

Quais investimentos são indexados ao CDI? 

O CDI é o indicador de referência para a maioria das aplicações de renda fixa, com isso, você pode investir nessa taxa através desses investimentos. 

Conheça quais os principais investimentos atrelados ao CDI:  

  • CDB (Certificado de Depósito Bancário)

Os Certificados de Depósito Bancário, mais conhecidos como CDBs, são títulos de Renda Fixa emitidos por instituições financeiras com o objetivo de apanhar capital para financiar atividades, como a concessão de crédito. Diferentemente do CDI, que é um título gerado para empréstimos entre instituições financeiras, o CDB é  uma espécie de  empréstimo de pessoas físicas aos bancos. 

Quando o rendimento do CDB é indexado ao CDI, a remuneração é do tipo pós-fixada. A rentabilidade é  expressa em um percentual do indexador podendo ser, por exemplo 110% do CDI. Como o desempenho final do investimento depende da variação desse  indexador, a Órama te oferece simulações para que você tenha uma noção próxima do rendimento da sua aplicação.

Mas o CDB também pode ter outras formas de remuneração além da pós-fixada:

Prefixada: Que é quando a taxa de retorno é conhecida no momento da aplicação. Portanto, a movimentação de qualquer taxa (como a Selic ou o CDI) não interfere na rentabilidade, já que o seu retorno já foi pré-acordado. É importante destacar que é preciso carregar o CDB até a data de resgate para que se receba o total do retorno estabelecido. 

HÍbrido: O CDB híbrido tem um componente prefixado e outro o pós-fixado. Sendo assim, temos uma parte da rentabilidade estabelecida no momento da aplicação e a outra parte atrelada a um índice econômico. Um exemplo desse tipo de CDB são aqueles com rentabilidade IPCA + 3%.

  • LCI (Letra de Crédito Imobiliário)

São títulos de Renda Fixa emitidos por instituições financeiras a fim de arrecadar capital para o financiamento do setor imobiliário. Para isso, esses papéis são garantidos por hipotecas ou alienação fiduciária e lastreados em créditos imobiliários.

Assim como os CDBs, as LCIs também podem ser pré ou pós-fixadas. Dentre as vantagens desses investimentos, podemos ressaltar que são isentas de imposto de renda e possuem garantia do FGC, o Fundo Garantidor de Créditos. 

Essa garantia funciona assim: o Fundo cobre o seu investimento, mais o rendimento obtido, em até R$ 250 mil por CPF e por emissor, limitado a R$ 1.000.000 a cada 4 anos. Portanto, caso aconteça algum imprevisto e a instituição emissora do título não consiga arcar com o pagamento, essa garantia aumenta a segurança do investidor. 

  • LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

Similar ao LCI, O LCA também é um título emitido por instituições financeiras, porém, nesse caso, as letras de crédito estão lastreadas nas operações de crédito do agronegócio. Portanto, os recursos captados são direcionados ao financiamento de agricultores e pecuaristas nas suas atividades. 

Da mesma forma que as LCIs, as LCAs também possuem a garantia do FGC e são isentas de imposto de renda. 

  • LC (Letra de Câmbio)

Outra aplicação muito famosa e que utiliza o CDI como referência, dentre as de Renda Fixa, são as letras de câmbio. Diferentemente das letras de crédito, citadas acima, a LC tem como objetivo promover o crédito, ou seja: ao comprar uma LC, você está emprestando dinheiro para as instituições e, em troca, receberá juros por isso.

Esses investimentos também têm a garantia do FGC, porém, são tributados pelo Imposto de Renda, seguindo a tabela regressiva. 

Como calcular o rendimento de investimentos atrelados ao CDI?

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Para se ter uma ideia de quanto uma aplicação financeira indexada ao CDI vai render não tem mistério. Inclusive é bem fácil! Basta multiplicar o percentual de referência esperado ou pactuado na aplicação pela variação da  taxa CDI em determinado período. Lá vai um exemplo: 

Supondo que uma LCI rende 98% do CDI, nós multiplicaremos o percentual pela taxa  do CDI, que atualmente 6,40%. Desta forma, faremos:

98% x 6,35% = 6,22%

Isso significa que o rendimento esperado da LCI é de 6,27%  ao ano.

Esse cálculo pode ser feito para alcançar o rendimento esperado de todos os investimentos atrelados ao CDI. No entanto, é necessário estar atento a cotação do CDI na época, pois ela oscila de acordo com a taxa Selic. 

Tabela CDI

O CDI mensal é calculado com base na média de taxas dos CDIs diários. Portanto, o valor da taxa varia mensalmente de acordo com o que foi praticado pelo mercado em cada período. 

Para fazer uma média dos CDIs mensais, basta apenas dividir o valor da taxa anual por 12 meses. Já para calcular o CDI mensal, é utilizado no cálculo o período entre os dias 01 do mês em andamento e o 01 do mês seguinte. 

Abaixo, vemos o histórico do CDI mensal e anual, retirado do Portal Brasil, de acordo com a média da Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados, conhecida como Cetip, que é a organização responsável por manter a tecnologia e infraestrutura essenciais para o funcionamento do mercado. 

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Vantagens do CDI 

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Apostar em investimentos atrelados ao CDI é uma boa forma de rentabilizar com segurança. Isso porque as aplicações de Renda Fixa costumam ser menos voláteis que as de Renda Variável, além de algumas ainda possuírem a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). E, como a maioria das operações de crédito dos títulos de Renda Fixa seguem essa taxa, ela acaba se tornando uma boa forma de diversificar os investimentos. 

Conclusão

Com esse texto, esperamos ter esclarecido o conceito de CDI e sobre ele não ser um tipo de investimento, mas sim uma taxa de indexação utilizada em alguns investimentos, como títulos de Renda Fixa e fundos DI, por exemplo. 

Entender os indexadores e quais investimentos são atrelados a eles  é importante para que você não entre em uma furada. É melhor se informar antes da aplicação do que acabar se enrolando financeiramente depois. 

Com educação financeira, se compreende a necessidade de escolher  sempre por uma carteira de investimentos diversificada. E para se manter  informado sobre o mercado aqui no nosso blog, você encontra grande variedade de materiais para seus estudos. 

Por hoje é só. Para mais informações sobre os produtos disponibilizados pela Órama, acesse o nosso site

Bons investimentos e até a próxima! 

Equipe Órama.

 

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3 Comentários

  1. Mesmo para aqueles que tem algum conhecimento prévio sobre os assuntos pautados, achei ótima as explicações…..claras e objetivas….Parabéns.

  2. Adorei o artigo, para nós que não temos estes conhecimentos, por razões de não fazerem parte da profissão, ficou fácil o entendimento, o que nos deixa mais tranquilo, tanto na hora da escolha, como no momento de ouvir esclarecimentos do representante do nosso banco.

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