Queimadas na Amazônia e os destaques da semana

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Panorama Semanal de 19 a 23 de agosto*

A Amazônia, a taxa de juros nos Estados Unidos e o dólar pressionado por aqui deram o tom (nervoso) da semana que se encerra.  

O aumento de mais de 80% no número de queimadas este ano foi a notícia que detonou a polêmica em torno da Amazônia. O presidente Jair Bolsonaro responsabilizou governadores da região e ONGs pelos incêndios. 

Entre outras autoridades e celebridades internacionais, o presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que a questão não é só do Brasil. Ele convocou reunião do G7 para debater a situação das queimadas. Bolsonaro reagiu. Em seu Twitter, o presidente brasileiro disse que Macron quer “instrumentalizar uma questão interna do Brasil” por motivos pessoais e que isso representa uma cultura colonialista.

Para além da importância ambiental da Amazônia, o imbróglio toma proporções globais e pode gerar retaliações políticas e econômicas ao Brasil.

Bolsonaro também protagonizou polêmicas no cenário nacional, com ingerência do governo em cargos de instituições teoricamente autônomas. O anúncio da demissão do presidente da Coaf, a ameaça de corte do secretário da Receita e a troca na superintendência da Polícia Federal no Rio fazem parte deste pacote. Nas questões ligadas ao Ministério da Justiça, como no caso da PF, existe a avaliação de que há um enfraquecimento do ministro Sérgio Moro dentro do governo.

Na área de Cultura, o secretário especial da pasta, José Henrique Pires, deixou o cargo, posicionando-se contra a censura na área.

A indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada de Washington continua no radar, com resistências no Senado.

Nesta sexta-feira, foi deflagrada mais uma operação da PF no âmbito da Lava Jato, com base nas delações do ex-ministro Antonio Palocci. São doze mandados de busca e apreensão, no Rio e em São Paulo.

Na Economia do país, várias novidades, a começar pelo anúncio de privatizações de mais nove estatais, entre as quais os Correios. Defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a privatização da Petrobras não é consenso dentro do governo. 

Uma nova espécie de CPMF também vem ganhando corpo, apesar das resistências no Congresso. 

A arrecadação de impostos bateu R$ 137 bilhões em julho, 14,6% acima do valor de julho de 2018. É a maior arrecadação para um mês de julho desde 2011.

A inflação medida pelo IPCA-15 desacelerou para 0,08%, de acordo com o IBGE.

O Senado aprovou a chamada MP da Liberdade Econômica, mas vetou a autorização de trabalho aos domingos.

Dois fatos violentos no país chamaram a atenção nos últimos dias. O sequestro do ônibus na Ponte Rio-Niterói e o adolescente que feriu alunos com uma machadinha em uma escola do Rio Grande do Sul.

Lá fora, protagonismo dos Estados Unidos, esta semana com a novela do corte nos juros pelo Fed, o banco central americano. Integrantes da instituição levantaram dúvidas sobre as previsões de novos cortes na taxa, apesar de dados que mostram a contração da economia do país. Nesta sexta-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, deve se pronunciar. 

Esquentaram a semana notícias sobre a nova regra para imigrantes ilegais nos EUA e o “bate-boca” entre o presidente americano, Donald Trump, e a premier da Dinamarca, Mette Frederiksen, acerca da negativa de venda da Groenlândia. 

A tensão global se mantém, mediante as tentativas de obtenção de algum acordo para o Brexit e as incertezas com o embate comercial entre Estados Unidos e China, além as manifestações em Hong Kong.

No Brasil, preocupa a saída de capital externo da bolsa este ano, e a pressão sobre a cotação do dólar. No fechamento do pregão desta quinta-feira, a moeda americana subiu 1,22%, cotada a R$ 4,07. O Ibovespa recuou 1,18%, para 100.011 pontos.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

*Dados atualizados até o dia 23/8, às 9h.

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