Coronavírus e os destaques do mês

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RESUMO DO MERCADO NO MÊS 

Dólar PTAX R$ 4,2695 /US$ 5,92%
Taxa DI (Jan/25) 6,21% – 23 bps 
Ibovespa 113.761 pts  – 1,63%
S&P 500 3.225,52 pts  – 0,16%

INVESTIMENTOS

Janeiro foi desafiador. O mundo esteve sob a ameaça de uma guerra no Oriente Médio no início do mês e fechou com as incertezas sobre a letalidade do coronavírus e os impactos na economia global.

A demanda por ativos portos seguros explica a valorização do dólar, que fechou a R$ 4,2695, alta de 5,92%, e do ouro, que subiu 4,78%, a US$ 1.589,69/onça.

O Ibovespa recuou 1,62%, a 113.761 pontos, mas as ações dos setores de consumo, imobiliário e small caps avançaram, contribuindo para o acumulado positivo no mês de vários fundos de ações e multimercado, confirmando que há oportunidades no mercado local, dado o patamar da taxa Selic.

Reforça ainda essa tese de investimento, o fechamento da curva de juros, nos segmentos curto e intermediário, que também explica as rentabilidades de fundos multimercado e dos fundos de gestão ativa de renda fixa. Os contratos de DI com vencimento em janeiro 2025 encerraram o período negociados a 6,21%, equivalente a 23 pontos bases a menos em relação ao fechamento de dezembro. 

A assinatura do tão esperado acordo comercial entre Estados Unidos e China ajudou a sustentar a evolução dos índices de Nova York. O Nasdaq Composite subiu 1,98% e o S&P 500 fechou em leve queda de 0,16%.

PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS

EUA ORDENAM BOMBARDEIO QUE ATINGE LÍDER IRANIANO: O ano começou com as tensões no Oriente Médio se acirrando. Um dos principais nomes do Irã, o general Qasem Soleimani, foi morto em solo iraquiano. Soleimani, era responsável pela Força Quds, um braço da Guarda Revolucionária Islâmica que apoia ações militares do Irã em outros territórios. Esse papel de  apoiador de milícias em outros países classifica o Irã como financiador do terrorismo internacional e isso foi utilizado como justificativa pela ação americana. 

IRÃ ATACA BASES MILITARES AMERICANAS: A espera pela retaliação do Irã foi acompanhada de perto. O Irã precisava reagir para não parecer fraco internamente, nem para a comunidade internacional. A escalada das tensões foi, contudo, amenizada pela decisão de atacar bases militares americanas no Iraque sem baixas americanas ou iraquianas. A “proporcionalidade” da resposta do Irã foi vista com bons olhos. 

AVIÃO UCRANIANO FOI DERRUBADO POR MÍSSIL: A tensão geopolítica se elevou, após um avião comercial ucraniano que saia de Teerã para Kiev ser abatido causando 176 mortes. Inicialmente, o governo do Irã negou responsabilidade pelo acidente e afirmou que o motivo da queda do avião teria sido provavelmente falha mecânica. Três dias depois, no entanto, autoridades do país voltaram atrás e confirmaram que realmente abateram a aeronave com um míssil terra-ar disparado por engano.

EUA E CHINA ASSINAM A PRIMEIRA FASE DO ACORDO COMERCIAL: no dia 15 de janeiro, a “Fase 1” do Acordo Comercial entre China e EUA foi assinada. Segundo autoridades, esse acordo preliminar levará a um forte aumento nas vendas de bens e serviços dos EUA para a China, abrirá mercados chineses a empresas estrangeiras – especialmente em serviços financeiros – e fornecerá novas e fortes proteções à propriedade intelectual. Alguns pontos polêmicos, porém, ficaram para a próxima fase que deve abranger desde tarifas até a questão dos subsídios oferecidos pelo governo chinês às empresas estatais. A segunda fase deve ser concluída apenas depois das eleições presidenciais de novembro. 

O BRASIL EM DAVOS: em meio às discussões sobre comércio, crescimento e meio ambiente no Fórum Econômico Mundial a participação do Brasil teve bastante repercussão domesticamente.  O Ministro da Economia, Paulo Guedes, foi o representante oficial brasileiro e gerou polêmica ao defender a adesão do Brasil ao Acordo sobre Compras Governamentais da OMC, além dos estudos sobre a implementação do  “imposto do pecado” – que atingiria cerveja, fumo e doces – mas foi prontamente descartado pelo presidente Jair Bolsonaro O apresentador Luciano Huck, que palestrou para um grupo de empresários, sinalizou de maneira muito contundente a sua intenção de se tornar candidato à presidência nas próximas eleições.

BOLSONARO VAI À ÍNDIA: cumprindo a promessa que fez durante a Cúpula dos BRICS em Brasília, o presidente brasileiro participou das festividades do Dia da República na Índia. Como resultado foram assinados 15 acordos bilaterais. 

POLÍTICA MONETÁRIA NOS EUA: Na primeira reunião de 2020, em 29 de janeiro, o FOMC (Comitê de Política Monetária do banco central americano) manteve a taxa básica de juros inalterada na faixa de 1,5% a 1,75% ao ano.

JULGAMENTO DO IMPEACHMENT DE TRUMP NO SENADO: No fim do mês, o processo de impeachment de Trump chegou ao Senado e consolidou a preponderância do presidente sobre o Partido. A grande maioria republicana (53 dos 100 assentos do Senado), se recusou, no dia 31 de janeiro, a dar prosseguimento ao processo, com mais testemunhas e documentos, e optou por deixar o caso pronto para a sentença. Na primeira semana de fevereiro serão apresentados os argumentos finais e, no dia 05, já serão votadas as duas acusações que pesam sobre Trump: abuso de poder e obstrução. Há baixíssimas, senão nulas, as chances de o Senado afastar o presidente. 

BREXIT: Os membros do Parlamento Europeu apoiaram esmagadoramente os termos da saída do Reino Unido da União Europeia. Os eurodeputados ratificaram o Acordo de Retirada por 621 votos a 49. O Reino Unido deixou o bloco oficialmente às 23:00 do dia 31 de janeiro. Nos próximos 11 meses, o Reino Unido continuará a seguir todas as regras da UE e sua relação comercial permanecerá a mesma. Em paralelo, discutirão para definir as novas regras sobre o trânsito das pessoas, a circulação e tarifas sobre a circulação de mercadorias e outros assuntos ainda mais complexos, como compartilhamento de dados e segurança, normas e segurança da aviação, acesso às áreas de pesca, fornecimento de eletricidade e gás, licenciamento e regulamentação de medicamentos.

CORONAVÍRUS: um dos acontecimentos que mais trouxe volatilidade para os mercados em janeiro foi o surto do novo tipo de coronavírus. Com mais de 20 mil casos confirmados e quase 500 mortes, a doença que se assemelha a uma pneumonia. A princípio, está sendo mais grave para pessoas idosas e com o sistema imune já previamente debilitado. Medidas de contenção estão sendo tomadas como o fechamento de cidades inteiras, o uso obrigatória de máscaras, restrição de voos internacionais e adiamento do retorno do feriado. O grande receio do mercado gira em torno do impacto dessas medidas para o crescimento da economia chinesa e como que uma desaceleração no país asiático poderia contaminar a economia global de forma mais ampla.

TEMPORADA DE BALANÇOS NOS EUA: Na temporada de balanço do quarto trimestre, os resultados de algumas empresas como Facebook frustraram. Por outro lado, Microsoft e Tesla, assim como outras empresas surpreenderam. Entre as companhias que já reportaram até o fim do mês, 71% apresentaram lucros acima do esperado e em linha com a média dos últimos 10 anos. Conforme compilado pela Bloomberg, a estimativa de queda de 1,9% nos lucros no trimestre, pode se transformar em um número positivo até o final da temporada.

INDICADORES ECONÔMICOS

BRASIL

IBC-Br: 0,18% em novembro. O acumulado no ano é 0,95%.

Desemprego: Em dezembro, houve contração de 307.311 postos de trabalho, totalizando 644 mil empregos formais em 2019, melhor resultado desde 2013. 

Inflação: IPCA de dezembro foi 1,15%.

MUNDO

Emprego nos EUA: foram criadas 145 mil postos de trabalho dos EUA em janeiro.

PIB da China: 6,1% em 2019, a menor taxa anual desde 1990. 

Balança Comercial da China: Em dezembro, em termos de yuan, chegou a CNY 330 bilhões, contra CNY 315 bilhões esperados. Para o ano de 2019, as exportações aumentaram 5%, enquanto as importações aumentaram 1,6%. O comércio entre os Estados Unidos e a China diminuiu 10,7%  ano a ano em 2019.

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