Introdução aos investimentos

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Na hora de escolher no que investir, é fundamental entender que existe um “tripé de investimentos” que é composto por risco, liquidez e retorno. É preciso ter em mente que, na maioria das vezes, não é possível ter todos os pilares ao mesmo tempo, mas um certo equilíbrio entre eles ajuda na tomada de decisão consciente.

Vamos entender esses conceitos:

Riscos

Risco é a probabilidade de um retorno não ser como o planejado. É uma parte mensurável da incerteza em relação à rentabilidade de um determinado investimento. Em geral, o risco possui relação diretamente proporcional com o retorno esperado. Ou seja: quanto maior o risco, maior o retorno; e quanto mais seguro, menos rentável o investimento.

Principais tipos de riscos dos investimentos 

Risco de mercado

São associados ao mercado em que se decide investir. O risco consiste em perder dinheiro ou ganhar menos do que outro investimento poderia entregar.

Preste atenção!

  • Caso o investimento seja atrelado a algum índice específico, compreenda bem o funcionamento desse índice.
  • Mas, se o investimento tiver relação com o crescimento de uma empresa, examine seu mercado de atuação e outras variáveis da economia que possam impactá-la.
  • Quanto a investimentos relacionados a alguma moeda, busque-os se sua intenção for preservar seu poder de compra nela (para uma viagem, por exemplo). 

Risco de crédito

São associados à capacidade de a instituição na qual você investe te pagar. O risco consiste na possibilidade de a instituição quebrar e não conseguir te devolver seus recursos.

Preste atenção!

  • Caso o investimento conceda dinheiro ao governo, pense se você acredita que o governo pode se sustentar como bom pagador. No mundo, em geral, os menores riscos de crédito do mercado são considerados os dos investimentos no governo. Isso porque é o próprio governo que comanda os principais aspectos da economia.  
  • Se o dinheiro do investimento é direcionado a uma instituição financeira, observe se ela possui registros nas entidades reguladores e se o investimento oferecido conta com alguma espécie de garantia.
  • O dinheiro do investimento é destinado a alguma empresa? Analise-a e avalie se pode confiar em sua solidez e seu potencial de pagamento. Averigue também a existência de algum tipo de garantia para o investimento em questão. 

Risco de liquidez

Esses se relacionam à velocidade com a qual a instituição será capaz de te devolver seus recursos, quando demandada. O risco, portanto, é você demorar para ter seu dinheiro de volta em caso de necessidade ou receber quantia muito inferior à esperada.

Preste atenção!

  • Certifique-se de que não precisará do dinheiro antes do período de carência, caso o investimento a tenha.
  • A liquidez do seu investimento é diária? Semanal? Mensal? Considere os prazos de resgate, para ter em mente quanto tempo precisará esperar para obter o dinheiro a partir do momento em que solicitar o saque.
  • Verifique, em contrato, se saques anteriores ao vencimento estão sujeitos a penalidades.

Como explicamos no primeiro módulo deste curso, é muito importante traçar o seu perfil de investidor. Afinal, na hora de investir, quem escolhe o nível de risco que está disposto a correr é você mesmo. 

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Para aprender ainda mais sobre risco, assista ao nosso vídeo:

Liquidez

Liquidez em finanças pode ser entendida como a facilidade com que determinado ativo pode ser convertido em moeda (vendido) a um preço justo.

Na hora de investir, pensar na liquidez é muito importante. Afinal, certos objetivos ou imprevistos podem exigir que se tenha acesso ao dinheiro de forma rápida.

Nesses casos, se o dinheiro estiver aplicado em um investimento sem liquidez, o investidor ou não conseguirá levantar os recursos necessários ou precisará vendê-lo a um preço inferior ao seu valor justo.

Por isso sempre recomendamos que a reserva de emergência esteja alocada em um investimento de alta liquidez e baixo risco. Assim, é possível se manter precavido para situações emergenciais, e investir outra parte dos recursos em produtos mais rentáveis, com prazos mais alongados.  

É importante ter em mente que a liquidez pode afetar a rentabilidade dos investimentos de forma inversamente proporcional. Na maior parte dos casos, quanto maior a liquidez, menor o retorno. Quando um investimento promete um rendimento maior, às vezes o prazo para o resgate também é maior, ou ainda, há taxas para que se retire o dinheiro antes do tempo pré-acordado. É preciso ficar de olho nessas informações, para que os investimentos selecionados se adequem ao que se espera deles. 

Retorno

Como vimos, o retorno, no mundo dos investimentos, tem relação tanto com o nível de risco, quanto com o de liquidez. Primeiramente, precisamos entender que a relação risco x retorno é uma relação de probabilidades. Isso quer dizer que um investimento de maior risco tem maior probabilidade de entregar um retorno diferente do esperado. Quando há algum desvio nessa lógica, o preço tende a se ajustar. Vejamos um exemplo:

Imagine que existam apenas dois tipos de investimentos disponíveis no mercado, A e B. Suponha que ambos apresentem exatamente o mesmo risco, mas o retorno esperado do ativo  A é maior que o do B. Nesse caso, acredita-se que todo mundo vai correr para investir em A, afinal, não faz sentido investir em B, se o risco é o mesmo e a rentabilidade é menor. 

Dessa forma, a alta demanda pelo título A faria com que, ao poucos, a sua rentabilidade  caísse pois, pelo aumento da demanda, o preço também subiria. Como a rentabilidade depende do investimento inicial, pagando mais caro pelo ativo A, ele se torna menos atrativo, e atingimos outro ponto de equilíbrio.  

É importante destacar que rentabilidade passada não é garantia de retornos futuros.

Quando falamos de retornos de investimentos, uma classificação muito usada para diferenciar os produtos é separá-los entre Renda Fixa e Renda Variável. Mas o que isso realmente significa?

Essa classificação tem como critério o conhecimento (ou desconhecimento) do prazo e das condições de remuneração do investimento. Ou seja: ao aplicar em um produto de Renda Fixa, você já sabe de antemão as regras de pagamento do seu dinheiro, e por quanto tempo ele ficará investido. Por outro lado, quando o produto é de Renda Variável, não há prazos mínimos pré-definidos ou garantia de rentabilidade. 

Os produtos de Renda Fixa podem ser:

Títulos prefixados

Os títulos prefixados são aqueles cuja rentabilidade nominal é pactuada  no momento da aplicação, por exemplo, 6% ao ano. Isso quer dizer que o rendimento está definido e não vai mudar, não importa o que aconteça com a economia ou com o mercado. Esse tipo de título é o mais previsível disponível. Ele permite que se calcule exatamente o valor a ser resgatado no vencimento.

Títulos pós-fixados

Os títulos pós-fixados oferecem rendimento atrelado a algum índice ou indicador — sendo os mais comuns a taxa Selic e o CDI. Nesse caso, o título remunera um percentual da taxa de referência, como 115% do CDI.

Aqui, o rendimento não pode ser medido com precisão, pois depende da variação do índice ou indicador no período de vigência do título. No entanto, há uma certa previsibilidade nos retornos, visto que tais referências são projetadas e estimadas pelo mercado.

Títulos atrelados à inflação

Por fim, existem títulos que combinam as características de remuneração dos títulos prefixados e dos pós-fixados. Uma parte de seu rendimento é definida no momento da aplicação, enquanto a outra varia conforme o movimento do índice de inflação no período que vai da aplicação até o vencimento do título. 

Por exemplo, se o título paga IPCA + 2%, isso quer dizer que o retorno para o investidor é de 2% ao ano acima da inflação no período. Esse tipo de rendimento oferece proteção contra a variação de preços, de forma a assegurar que o dinheiro aplicado preserve o poder de compra para o futuro.

É importante ressaltar que Renda Fixa é uma classificação de forma de remuneração. Isso significa que podemos ter produtos de Renda Fixa no mercado de crédito (Poupança, CDB, LCI, LCA), no mercado monetário (títulos do tesouro) e no mercado de capitais (Debêntures). Precisamos ter em mente que o que diferencia todos esses títulos, que são de Renda Fixa, é que cada um em seu mercado cumpre uma função diferente, possuindo emissores distintos, o que vai resultar em riscos e retornos também diferentes. Renda Fixa não é renda garantida!

Renda Variável

Como vimos, se na Renda Fixa conhecemos as regras de remuneração e os prazos do investimento, na Renda Variável não se sabe de antemão quanto se receberá pelo dinheiro alocado e não há prazo para recompra do título. 

Entraremos em mais detalhes sobre produtos específicos de renda variável nos próximos módulos. Mas o que precisamos ter em mente é que por mais que os retornos das Ações possam vir a ser atrativos a princípio, os riscos também são mais elevados, pois uma série de fatores podem afetar os preços de mercado.

Não é preciso, contudo, fugir desses ativos. Essa categoria é ideal para compor uma parte da sua carteira de modo a aproveitar as possibilidades de ganhos sem comprometer a reserva de emergência ou o dinheiro específico para algum objetivo. Para a essa calibragem de risco com o seu perfil de investidor, o indicado é  buscar a ajuda de profissionais qualificados – assessores de investimentos ou gestores de Fundos. Além disso, ter um horizonte de prazo maior também é o recomendado. 

Para complementar, dá uma olhada nesses vídeos:

Falaremos sobre cada produto, com mais detalhes, no próximo módulo. Não deixe de conferir!

E se tiver alguma dúvida, pode deixar nos comentários que respondemos pra você! 

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