Coronavírus: para especialista, pandemia vai trazer mudanças no formato de trabalho e no consumo

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Henrique Bredda, gestor da Alaska Investimentos, participou da série de lives realizadas pela Órama em seu perfil no Instagram para analisar impactos da Covid-19 na economia e falou sobre perspectivas para o Fundo Alaska Black BDR.

O gestor da Alaska Investimentos, Henrique Bredda, avalia que a pandemia do coronavírus deixará impactos não apenas na economia e nos mercados, mas, especialmente, no comportamento dos consumidores e nos formatos de trabalho que as empresas aplicam em sua rotina.

Ele foi o convidado da segunda live realizada no perfil da Órama no Instagram. A plataforma de investimentos está promovendo uma série de lives ao longo desta semana, sempre às 18h30, para debater os impactos da Covid-19 na economia nacional, no mercado financeiro e no universo dos investimentos (veja a programação ao fim do texto).

Em conversa com a estrategista chefe da Órama, Sandra Blanco, Bredda analisou possíveis mudanças para o padrão de consumo da população, após a crise.

“As pessoas vão continuar comendo, comprando sabonete e papel higiênico. Porém, a forma pode mudar. Quando experimenta comprar pela internet e recebe o produto em casa no dia seguinte ou em 48 horas, com segurança, a pessoa perde o receio. Quem tinha medo de usar o cartão (em e-commerce) está vendo como é prático”, diz.

Assim, o e-commerce deve ser beneficiado nesse momento, enquanto as lojas físicas devem sofrer um impacto negativo. Bredda citou a Magazine Luiza, que esperava aumentar a venda de itens básicos, como produtos de limpeza e fraldas, até o final do ano em seu site. Segundo ele, a pandemia fez as vendas acelerarem na plataforma e já alcançarem os números que eram esperados para o final de 2020.

Para o gestor, a quarentena vai deixar uma marca nos formatos de trabalho: menos viagens e deslocamentos para reuniões e mais conferências por vídeo, por exemplo.

“Também teremos uma percepção diferente do valor relativo do imóvel comercial e residencial. Acho que as pessoas terão menos necessidade de ir para um escritório e vão pensar mais em ter uma casa confortável, que permita trabalhar de casa”, prevê o gestor. “Pode ser uma mudança cultural. As empresas vão mudar, vão promover mais o home office, e o uso da tecnologia vai ser ainda mais importante no ‘day after’ da pandemia”, complementa.

Da mesma forma, o setor educacional também deve ter empresas em destaque, inclusive no mercado financeiro, em razão da tecnologia, na opinião do especialista. Ele destaca que, tanto na educação básica como no ensino superior, estarão na dianteira as empresas e escolas que possuem plataformas para aulas à distância, em especial, com a segurança necessária para essa atuação.

Perspectivas para os Fundos

Para os investidores, o momento é de tentar se acalmar, segundo o gestor especialista em Fundos de Ações. “A queda foi violenta, mas a recuperação está acontecendo. Ninguém está comemorando os números positivos, mas eles já aparecem. A Bolsa sempre tende a se recuperar”, afirma.

Bredda espera uma recuperação dos Fundos e do próprio mercado, aos mesmos patamares do início do ano, entre seis meses e dois anos. “Se você acha isso muito tempo, tem que rever sua alocação em Bolsa e Fundos de Ações, porque, para o mercado, isso é pouco tempo”, diz. “Na queda, os Fundos ajustam Ações entre empresas que caíram mais e outras que têm perspectiva de crescimento acelerado”, completa.

Questionado por Sandra Blanco sobre a queda do Fundo Alaska Black BDR, maior do que a da Bolsa, o gestor explicou que as posições em dólar e juros foram responsáveis. O Fundo carregava posições na moeda americana e juros desde o final de 2015 e, segundo ele, apresentou bons resultados em 2016, 2018 e 2019.

“Saímos dessas posições há uma semana. As Ações estão tão baratas que basta ficar com elas. Estudamos voltar com posições em dólar e juros quando o país voltar à normalidade e termos os primeiros resultados de PIB e recessão”, explica.

Ensinamentos no mercado financeiro

Sobre os impactos da pandemia no mercado financeiro brasileiro, Bredda apontou que, enquanto a queda do preço do barril do petróleo impacta diretamente o desempenho de algumas empresas, para outras, como o setor de celulose, a situação não mudou, visto que o preço do papel não caiu, e os players continuam com suas produções e exportações.

Bredda coloca que a crise provocada pela epidemia do coronavírus tem um começo, um meio e terá um fim. Para ele, é difícil imaginar que o segundo semestre demonstre os mesmos lucros deprimidos que o primeiro semestre terá.

“O mercado vai retomar parte do ritmo que teríamos agora. Caminhando para o final do ano, devemos estar mais perto dos 120 mil pontos do que dos 60 mil, pensando em 80 mil como a média. Não espere para semana que vem, mas também não para daqui a seis anos”, pondera.

O momento, então, é para esperar ou investir mais em Ações? Para Bredda, a Bolsa em queda só faz diferença para quem está esperando para comprar. Muitos investidores poderão não se recuperar após essa crise, mas os ensinamentos também são valiosos.

“É preciso disciplina, assim como aproveitar os momentos de mais estresse para acelerar as compras. Estamos em um terreno de preços baratos, mas tem empresas se saindo bem nessa história toda. Isso que assistimos é um MBA em Renda Variável em 15 dias, um choque de realidade para quem opera na Bolsa”, finaliza.

O nosso blog tem conteúdos especiais sobre os impactos do coronavírus na economia e nos mercados, assim como orientações para os investidores. Todos os dias, às 10h, há o “Panorama Diário”, com as principais notícias do Brasil e do mundo.

Fonte: G.Lab

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