Coronavírus: setor de serviços sofrerá mais do que o varejo para se recuperar, acredita especialista em crédito privado

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Pierre Jadoul, gestor de crédito privado da ARX Investimentos, participou da live realizada pela Órama em seu perfil no Instagram para analisar impactos da Covid-19 na economia e falou sobre as estratégias para proteger os fundos

O gestor responsável pela estratégia de crédito privado da ARX Investimentos, Pierre Jadoul, analisou o impacto da pandemia do Coronavírus nos setores da economia brasileira e falou sobre o desempenho dos fundos e empresas, durante participação na live comandada pela estrategista chefe da Órama, Sandra Blanco, no perfil da Órama no Instagram.

A plataforma de investimentos está promovendo uma série de lives no Instagram, sempre às 18h30, para debater os impactos da Covid-19 na economia nacional, no mercado financeiro e no universo dos investimentos (veja a programação ao fim do texto).

Na opinião de Jadoul, a crise pode afetar a confiança do consumidor ou miná-lo das possibilidades de consumo, em razão do aumento do desemprego. No entanto, haverá uma demanda reprimida, com aumento progressivo das vendas ao fim do período de isolamento.

“Quem tem canal online consolidado segue vendendo, ao contrário de quem fechou loja de rua. Mas haverá essa demanda reprimida. Por outro lado, para o setor de serviços, o impacto será maior. Com um ou dois meses fechado, para serviços, você não recupera esse tempo”, analisa.

Segundo Jadoul, os setores que deverão ser menos impactados, de forma geral, e que terão seus papéis valorizados mais rapidamente, são saneamento, energia elétrica, rodovias, telefonia, supermercados, farmácias e os bancos.

Retorno negativo no crédito privado

O convidado foi questionado por Sandra Blanco sobre os retornos negativos nos fundos de Renda Fixa e Crédito Privado, no momento da pandemia do Coronavírus. Ele afirma que uma crise das proporções atuais provoca reprecificação em todas as classes de ativos, com perdas maiores para os de mais alto risco, como Ações e Fundos Multimercados, seguidos pelo Crédito Privado.

“O que vemos, em momentos como este, é que os canais ficam mais escassos e encarece o custo de crédito. Ou seja, o prêmio de risco cobrado por quem empresta recursos, os bancos ou assets, acaba aumentando. Para quem já detém uma carteira, ocorre a reprecificação e o preço cai”, explica.

Segundo o gestor da ARX, o fechamento do comércio e o isolamento social, geram impacto direto na receita das companhias, o que é absorvido pelos acionistas, com menor fluxo de caixa ou lucro.

“Existe perda efetiva se a empresa ficar inadimplente. Setores serão mais afetados do que outros, mas não sabemos ainda como será o cenário em duas semanas ou dois meses. Provavelmente, veremos mais remarcações pela frente”, aponta.

Jadoul destaca que a ARX atua em Crédito Privado com empresas high grade, ou seja, companhias que apresentam balanços positivos, maior caixa e boa governança corporativa. “Basicamente, são os líderes nos setores em que atuam. Atualmente, não vemos risco de inadimplência, mas o endividamento vai existir, mesmo que temporário, com impacto certo em receita”, coloca.

Sandra Blanco destacou que o fundo ARX Denali sofreu impacto menor na crise atual em comparação com outros do mercado. Segundo Jadoul, a gestora carregava uma posição de caixa confortável e não precisou vender ativos a preços com os quais não concordavam.

Focamos em vender ativos em IPCA, porque a curva de juros ‘estilingou’, e eles têm taxa nominal muito alta. Nossa forma de defender foi reduzir a ‘duration’ da carteira, sem desviar muito do nosso mandato. Não precisávamos correr risco com papéis longos para atingir os objetivos e a rentabilidade do fundo. Então ficamos mais defendidos nesse cenário”, finaliza Jadoul.

O nosso blog tem conteúdos especiais sobre os impactos do Coronavírus na economia e nos mercados, assim como orientações para os investidores. Todos os dias, às 10h, há o Panorama Diário“, com as principais notícias do Brasil e do mundo.

Fonte: G.Lab

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