Corte na taxa básica de juros e os destaques da semana

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Panorama Semanal de 4 a 8 de maio*

O início do lockdown em algumas cidades do país, para tentar conter o aumento do número crescente de casos da Covid-19 no Brasil, foi um dos principais assuntos do noticiário da semana. Na economia, o destaque foi o corte, pelo Banco Central, na Taxa Básica de juros, a Selic, que agora está no patamar de 3% ao ano. A taxa de desemprego dos EUA e a tensão Washington-Pequim também repercutiram na imprensa. 

Politicamente, o cenário no Brasil é complexo. No fim de semana, o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro apresentou denúncias a respeito da interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Uma das declarações teria sido: “Você tem 27 superintendências, quero apenas uma, a do Rio de Janeiro”. O ministro do STF Celso de Mello autorizou que a PF interrogue dez pessoas, entre ministros, políticos e integrante da corporação.

No domingo, Bolsonaro participou, em Brasília, de um ato contra Moro, Rodrigo Maia e STF. Houve agressão a jornalistas. E o presidente falou a um repórter: “Cala a boca”. 

Para a direção da PF, após o veto a Ramagem, foi escolhido seu braço direito, Rolando Alexandre de Souza. Mas a AGU ainda tenta emplacar o nome de Ramagem. Para a chefia da superintendência no Rio, o nome é o do delegado da Lava-Jato Tácio Muzzi.

No Congresso, foram aprovadas medidas que permitem o reajuste salarial de servidores. Bolsonaro, no entanto, em apoio ao ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que vai vetá-las.

Ainda no Legislativo, a Câmara concluiu a votação da PEC que cria o chamado Orçamento de Guerra, e o Senado aprovou o socorro a estados e municípios que prevê congelamento de salários.

Na quinta-feira, Bolsonaro caminhou com empresários e Guedes até o STF, para uma reunião “surpresa” com o ministro Dias Toffoli. Eles estavam reunidos no Planalto para discutir um plano de reabertura, além de medidas que estimulem a competitividade da indústria brasileira. A ida ao STF foi vista como forma de pressão.

Na área econômica, a agência de classificação de risco Fitch revisou para negativa a perspectiva da dívida pública do Brasil. A produção industrial, divulgada pelo IBGE, recuou 9,1% em março. E a deflação de abril, medida pelo IPCA, foi de 0,31%.

Nos EUA, além do início da reabertura de algumas atividades, chama a atenção o grande número de desempregados. A taxa de desemprego em abril foi de 14,7%, a maior desde a Grande Depressão.

Na Europa, diversas economias também apresentaram dados ruins, e a perspectiva de encolhimento da economia da União Europeia para este ano já supera os 7%. 

No cenário global, preocupa ainda a escalada da tensão entre Washington e Pequim, com acusações mútuas sobre manipulações a respeito da crise do coronavírus.  

No pregão desta quinta-feira, o Ibovespa caiu 1,2%, para 78.118 pontos O dólar comercial subiu 2,39%, cotado a R$ 5,839.

Obrigada, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal.

*Dados atualizados até o dia 8/5, às 11h.

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