Panorama Semanal 14/09/2015 até 18/09/2015*

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O pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo brasileiro, como uma tentativa de resposta à recente perda do grau de investimento pela agência S&P, foi o assunto que dominou a semana.

O governo diz que pretende cortar R$ 26 bilhões, com congelamento de salários dos servidores, suspensão de concursos públicos e redução nos programas sociais. Pelo lado da receita, pretende arrecadar mais de R$ 30 bilhões, com, entre outras medidas, a volta da CPMF.

A ideia do ministro Joaquim Levy é que a CPMF vigore por quatro anos, e sua alíquota seja de 0,2%. Mas há um movimento para que o percentual seja maior, de 0,38%. A proposta vai para o Congresso.

O mercado reagiu bem ao pacote, com o dólar recuando e a Bolsa subindo, pelo menos num primeiro momento. Mas politicamente a situação é complicada. Falta apoio para implementar medidas impopulares.

O cenário político é conturbado, com a oposição pressionado pelo impeachment. Além da Lava Jato, tem o TCU. No final da semana passada, o governo entregou ao órgão fiscalizador as últimas explicações sobre as “pedaladas fiscais” de 2014, que teriam sido adotadas por causa um cenário imprevisível na economia, como justificou o governo.

No STF, os ministros decidiram pela proibição das doações eleitorais de empresas, o que já valerá a partir do ano que vem.

Enquanto isso, os agentes econômicos continuam piorando suas projeções para o PIB. A pesquisa Focus, do Banco Central, prevê uma retração de 2,55% este ano e um recuo de 0,60% para 2016. Os números da indústria seguem registrando redução de milhares de vagas, e o comércio também sente a piora no consumo.

Na quinta-feira, a manutenção da taxa de juros americana pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) trouxe certo alívio no Brasil. Em compasso de espera e forte volatilidade, o dólar subia para R$ 3,909 antes do anúncio do Fed. Após a divulgação, recuou. Mas ainda assim, na contramão do movimento global, fechou em alta, cotado a R$ 3,88, principalmente por causa do cenário interno brasileiro.

Apesar dos sinais de recuperação da economia americana, a decisão do Fed de iniciar uma elevação nas taxas de juros deve ficar para dezembro ou até para o ano que vem. Isso porque a inflação americana ainda está abaixo da meta e a desaceleração do crescimento da China preocupa a economia global.

Obrigado, bom fim de semana e até o próximo Panorama Semanal da Órama.

O Ibovespa fechou a semana com alta de 1,86%. O dólar valorizou 1,8% e fechou cotado a R$3,95.

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